Hoje a arte contemporânea brasileira fica um pouco mais triste, pois um de seus expoentes mais emblemáticos e talentosos se foi, vítima de um câncer. O artista plástico Tunga estava internado desde o dia 12 de maio no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Tunga era, na verdade, Antônio José de Barros de Carvalho e Mello Mourão. Pernambucano nascido em Palmares em 1952, foi para o Rio de Janeiro ainda criança e era filho do poeta Gerardo Mello Mourão. Além de ter sido o primeiro artista contemporâneo brasileiro a ter uma obra no Museu do Louvre, Tunga também foi a expressão de uma geração de artistas interessados em obras conceituais capazes de carregar uma infinidade de poéticas e significados.

Ele gostava de dizer que sua obra tem o peso do barroco, uma maneira de falar da enorme quantidade de camadas e simbologias presentes nas instalações, objetos, vídeos e performances. Em uma de suas obras mais famosas, Lezart (1989), Tunga construiu um emaranhado de fios de cobre que lembram cabelos e perpassam um pente gigante. Suas Xifópagas capilares eram meninas unidas pelo cabelo que não queriam se separar. A performance data de 1984, década na qual o artista também começou a experimentar obras em vídeo. Para essas, ele realizou trabalhos em parceria com Arthur Omar, Erik Rocha e Arnaldo Antunes.

Em Inhotim, que é o maior museu a céu aberto do mundo, com uma área de expressivos 110 hectares, Tunga ganhou um pavilhão no qual suas obras ficam constantemente expostas. Estão lá True rouge, resultado de uma performance com homens e mulheres nus, e Lezart. Extremamente conceitual, cheia de simbolismos e até de narrativas curiosas, a obra de Tunga se inscreve numa corrente que tem nomes como Waltércio Caldas e Cildo Meireles. Com eles, o artista foi pioneiro em levar o nome da arte contemporânea brasileira para o exterior e chegou a expor em grandes eventos como Documenta e Kassel e Bienal de Veneza. Nós prestamos esta singela homenagem a este notável brasileira. Foi uma bela passagem.

Fonte adaptada: Correio Braziliense.

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