Carlos Motta é um daquele sujeitos que muitos queriam ser. Surfista, designer e arquiteto, ele leva um estilo de vida natural, descolado e simples, mas ao mesmo tempo urbano e sofisticado; e assim, desse mesmo jeito, as suas criações conquistaram prêmios e estão em diversos projetos dentro e fora do Brasil. Os projetos de arquitetura e o mobiliário que leva a assinatura Carlos Motta são extremamente orgânicos. Ser natural é uma prerrogativa. Talvez aí reside o diferencial, naquilo que é simples.

Começou a construir móveis com a madeira trazida pelo mar e em 1975 abriu seu primeiro atelier. Formou-se em arquitetura pela FAU/Brás Cubas, estagiou no escritório de Paulo Mendes da Rocha e passou um ano na Califórnia (EUA) onde estudou artes e aperfeiçoou suas técnicas de marcenaria e construção. De volta ao Brasil, em 1978, inaugurou seu ateliê, onde desenvolve projetos de arquitetura e design. Fundou a Fábrica de Cadeiras São Paulo em 1985. Participou ao longo de sua carreira de exposições nacionais e internacionais e recebeu diversos prêmios por suas obras. Conta com representantes em sete estados brasileiros e também no exterior. Seus projetos de design e arquitetura utilizam os recursos naturais de maneira sustentável.

Em Camburi, no litoral paulista, o arquiteto, surfista e designer construiu sua casa de veraneio em 1985. A residência foi concebida como um refúgio para escapar da correria da vida urbana e servir como fonte de inspiração para suas criações. A casa é definida pelo próprio arquiteto como “bem hippie”, implantada próxima a uma nascente e sem grandes luxos, com um visual natural e rústico. Segundo Motta, quando chegou até a região observava os animais como cotias, calangos e tamanduás, mas não via suas casa. Então pensou que teria que agir da mesma forma. Por isso, trabalhou o projeto com o mínimo de intervenções na paisagem natural, implantando os pilares de sustentação sem fazer perfurações e mantendo as árvores nativas. A madeira foi amplamente utilizada em toda a construção, das paredes e pisos ao mobiliário.

A casa foi implantada numa “piramba”, um terreno acidentado que na época ninguém queria comprar. Para chegar até a porta de entrada é preciso vencer 147 degraus ladeados pela vegetação exuberante. No interior da residência, Carlos Motta implantou os ambientes de forma a promover a ventilação cruzada, mantendo a temperatura amena. A área externa recebeu varandas suspensas sobre a mata e um mirante com vista privilegiada para o mar. Merecem atenção os móveis em madeira rústica desenhados pelo arquiteto e os tons verdes e marrons predominantes na residência que mimetizam o entorno.

Carlos Motta conseguiu desenvolver um design brasileiro, rústico e naturalmente belo, mas que não deixa, me nenhum momento, de ser extremamente sofisticado, exclusivo ou industrial. Ele soube transitar bem por estilos, formas e cores. Tem um Estúdio com jeitão de Ateliê na Vila Madalena, em São Paulo. De lá saem suas criações, é onde se aproxima da madeira e realiza nela suas obras. Confira abaixo fotos de suas criações da casa de praia em Camburi.

Fonte adaptada: Anual Design e Trendy Design.

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