Andrea Fiamenghi nasceu em São Paulo, mas vive em Salvador desde os 4 anos de idade. Quem escreve seu preâmbulo de vida e profissão é o escritor Claudius Portugal: “assim, bem baiana, através da paixão pela fotografia encanta-se com a obra de Pierre Verger, e deste encontro surge toda uma influência que converge inicialmente em procurar retratar o povo nas ruas da Bahia, olhar com este seu olhar o rosto desta gente, quando passa em seguida a desenvolver pesquisas e a ter como mestre, com este já vivenciando a amizade e a convivência, e dele ouvindo, não diria conselhos, pois não era chegado a isto, mas uma precisa e exata leitura dos seus trabalhos. Este mestre que todos nós reverenciamos sempre é Mario Cravo Neto. Depois vem, por assim dizer, o momento dos cursos e estuda técnicas com Walter Firmo e Marcelo Reis, onde aprende principalmente a utilização das cores”.

Fiamenghi volta o seu olhar para o mar da Bahia, que segue pela costa do continente com o Oceano Atlântico, e para a Baía de Todos os Santos, que se esparrama península a dentro, indo do Porto da Barra à Cidade Baixa, com suas águas tranquilas e infalíveis. Busca, também, o mar agitado, de céu cinza, que bate violento nas pedras. Se volta para os pés dos filhos de santo, vai às festas populares, hipnotiza-nos com suas fotos de saias, saiotes e amarrações femininas em movimentos circulares e ligeiros. Das sacadas dos sobrados da velha São Salvador, dos interiores, das crianças, dos pés descalçados, dos orixás… São muitas séries e produções experimentais ou encomendadas em mais de 12 anos de trajetória fotográfica.

Em abril de 2016, esteve na cidade de Aveiro, em Portugal, aprendendo sobre a secular técnica de Platino Palladium, e talvez venha a se tornar a primeira fotógrafa brasileira a imprimir as suas próprias fotos nessa técnica. Sobre Andrea, Manoel Gomes Teixeira, o impressor, escreveu em depoimento que ela “(…) tem um grande talento e uma determinação indomável. Decerto se tornará, a breve trecho, a primeira fotógrafa Brasileira a imprimir em Platinum Palladium as suas próprias imagens. O grande Mário Cravo Neto, mentor e amigo de Andrea Fiamenghi, quando lhe ofereceu a sua bela e icónica “Odé”, impressa em Platinum Palladium, terá sido portanto premonitório, sabemos agora. O circulo fecha-se. É um privilégio para mim poder participar neste processo”. Em junho de 2016 estará em exposição na Galeria Acbeu, e Geo Rochha é representante desta artista em Salvador.

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